A cor da honra

Passaram-se anos e anos de muitas regras no que diz respeito ao traje de uma madrinha de casamento. As proibições eram inúmeras: não pode usar branco (ou qualquer tipo de off white, o famoso "branco sujo"), roupa preta*, vestido chanel - e muito menos curto - e acessórios muito marcantes, como flores de tecido ou brilhos grandiosos. Dizia-se, por exemplo, que as aplicações florais poderiam ocultar a beleza do buquê da noiva no altar.

Se dependesse de estilistas mais clássicos como Armani e Valentino, as antigas restrições poderiam valer até hoje. Graças a Deus (ou a Vivienne Westwood, Vera Wang e Christian Dior? ;p), isso tudo mudou. Aliás, nem tudo: o branco total para uma madrinha ainda é visto como uma ofensa à noiva. Eu concordo.

Atualmente me vejo nesta prazerosa situação: escolher o vestido certo para ser madrinha do casamento de grandes e adoráveis amigos. Penso em verde, mas sempre sonhei em ter uma obra de alta costura lilás. A dúvida persiste, mas em alguns dias visitarei o atelier de um reconhecido estilista gaúcho para decidir junto à noiva Mariella qual será meu tom.

Quem recebe um convite assim deve se dar conta da maravilha que é ter a honra de estar entre as pessoas mais queridas pelos amigos que estão casando. Deve, sim, se encher de orgulho e tentar passar esse sentimento para a roupa. O vestido, na minha opinião, é um presente para os noivos. Algo como: "olha, me preparei para vocês, estou tentando produzir o melhor do meu visual para a festa que vocês estão promovendo". É um carinho, que no caso da madrinha deve ser dividido com a noiva. Ela é a grande estrela!

* Lembram o episódio do seriado Sex and the City em que a Charlotte é madrinha de um casamento e chega no salão arrasando? A escolha: um clássico vestido frente-única preto desenhado pelo australiano Richard Tyler.